Já estamos em Belmonte há uma semana e buscamos o que há de interessante nesta pequena e bela cidade. Registro a beleza da arquitetura original, busco fotos antigas que possam nos contar como teria sido esta cidade nos áureos tempos do cacau.
Na Biblioteca Sosígenes Costa encontram-se arquivadas as fotos mais antigas de Belmonte, como esta, que retrata a Praça da Matriz.
Este casarão é um dos poucos palacetes que se encontram preservados. Contaram-me que o herdeiro, filho de família importante da cidade, mora em Salvador e cuida com muito amor desta belíssima casa.
Além de resgatar a arquitetura da cidade, procuro também conhecer pessoas interessantes nesta cidade. Tate, paulista que está vivendo há alguns anos em Belmonte, nos informou que há uma doceira famosa na cidade, conhecida por Tia Pombinha.
Anotamos o endereço e fomos logo procura-la. A casa é simples e o casal muito simpático.
Somos convidadas a entrar e logo nos conduzem para uma sala ampla, que parece uma copa, pois antecede a cozinha onde os doces, biscoitos, licores, são preparados.
Os saquinhos com as deliciosas balas de coco, os biscoitinhos variados, as queijadinhas, os cigarrinhos de chocolate puro, estão dispostos sobre uma das mesas, prontos para a venda. Tudo é fresquinho e pronto para consumir logo, pois os produtos feitos com coco tem validade curta.
Descobrimos que o marido da Tia Pombinha produz a grande maioria das delícias. “Seu” Joaquim é extremamente agradável e nos faz provar de tudo!
Os licores são colocados em prateleiras. São de sabores variados, mas o de cacau, segundo o casal é o mais procurado.
Fizemos a visita ao casal no intervalo do nosso trabalho, entre o turno da tarde e o da noite. Não podemos demorar muito. A conversa vai se alongando e quando nos damos conta já estamos chamando o marido da Tia Pombinha, de Tio Pombinho, diga-se de passagem, com pleno consentimento do mesmo.
E o “Tio” Pombinho nos convida para visitarmos o seu quintal, de onde extrai as frutinhas do biri-biri para preparar o licor.
Aí no quintal ele nos apresenta a uma fruta que nunca tínhamos visto antes - a noni, fruta estranha, que, segundo o casal, ajuda a eliminar toxinas e também contem vitamina C e zinco.
Outra árvore nos é apresentada. Cotonete é o nome dessa árvore que tem flores que, enquanto fechadas, se assemelham a buquês de cotonetes cor de rosa.
Nosso tempo está se esgotando, pois temos que voltar ao trabalho na praça, onde estamos aguardando a chegada de um grupo de EJA, às 7 horas. Cada uma de nós deixa encomendado o que deseja comprar e combinamos de buscar as encomendas na véspera de deixarmos a cidade. Tia Pombinha anota todas as nossas encomendas.
Antes de deixarmos a casa, registramos com nossa câmera o “casal de pombinhos”.
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