segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Alunos da Educação de Jovens e Adultos/EJA visitam a exposição no horário noturno


 É grande o interesse dos alunos do curso noturno pela exposição e oficinas de arte. Alguns deles já viram reproduções de obras de Portinari em livros didáticos, principalmente  “Os Retirantes”.
Os alunos são acomodados nas banquetas em frente à exposição e iniciamos a apresentação de cada um dos quadros. Todos acompanham as explicações atentamente, para, ao término, serem acomodados nas mesas para iniciarmos as oficinas.
 
 




 

Podemos notar as fisionomias alegres e ao mesmo tempo surpresas das senhoras e senhores que voltam a frequentar as salas de aula que abandonaram na juventude, na maioria dos casos por necessidade de trabalhar para ajudar a família. 
Cada um deles tem uma história de vida de muita luta e grandes dificuldades. Quando nos sentamos junto deles para orientá-los nas oficinas e iniciamos uma conversa com o grupo, as histórias vão surgindo assim que vamos ganhando a confiança dessas pessoas com tantas experiências e coisas interessantes para contar.
 
Este senhor com quase noventa anos, ao qual Solange se abraça carinhosamente, nos conta que a sobrinha surrupiou sua aposentadoria durante vários anos, até que, ele sofreu um acidente e foi socorrido pela vizinha. Esta, ao leva-lo para o hospital púbico descobriu o golpe que a sobrinha aplicava no velhinho e conseguiu reverter a situação, e hoje, graças à dedicação dessa jovem e bem esclarecida pessoa, ele tem a sua aposentadoria de volta. A vizinha é professora e, além de ajuda-lo a recuperar a aposentadoria também o ajudou a conquistar um bem maior, convencendo-o de que deveria frequentar a escola para se alfabetizar. Ele nos conta que todos os dias espera, ansiosamente, o cair da tarde para se preparar para ir a escola. Está muito feliz, pois já sabe escrever o seu nome e algumas frases e até já lê “corridinho”!


Enquanto fazemos a apresentação de cada um dos quadros, contamos um pouco da história do artista.  Essa história se inicia no final do século XIX quando as famílias de imigrantes italianos, Portinari e Torquato, chegam ao Brasil. Batista Portinari e Domingas Torquato conheceram-se ainda muito jovens aqui no Brasil, casaram-se e tiveram 12 filhos. Portinari era o segundo filho dessa numerosa família.
Ao terminarmos a apresentação da exposição, este jovem da fotografia ao lado, nos procurou e disse que o seu sobrenome era Torquato e que coincidentemente ele era casado com uma mulher que se chama Domingas e que tomou o sobrenome Torquato ao se casar com ele. Grande surpresa: o jovem é casado com uma homônima da mãe de Portinari!








Trabalho finalizado, é hora de exibi-lo. A natureza inspira alguns alunos.
 


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