sexta-feira, 10 de junho de 2011

Coral das Marisqueiras e Pescadores da Ilha de Atalaia


Na sexta feira, dia 3 de junho, fechamos a semana com uma boa notícia – já tínhamos alcançado o expressivo número de 927 visitantes !
Estamos  cumprindo com o prometido: PORTINARI PARA TODOS, pois vimos atendendo a todos os públicos -  crianças das turmas do ensino infantil, pré-adolescentes, jovens e adultos das classes noturnas de EJA, alunos da APAE, pacientes adultos do Centro de Atendimento Psico-Social (CAPS)  e alunos das escolas particulares de diferentes religiões. Até o dia 11 ainda teremos, com certeza, muitos visitantes a nossa exposição  e também participando de nossas oficinas de arte.
Nesta mesma sexta feira tivemos o grande prazer de receber o CORAL DAS MARISQUEIRAS E PESCADORES DA ILHA DE ATALAIA .  Sete mulheres cantando e dois homens  acompanhando-as na  percussão .
Essas grandes mulheres que ganham o seu sustento e dos seus filhos pegando caranguejo e marisco nos manguezais da região, contam, cantando  o seu cotidiano de lutas e conquistas.
A professora Vanessa  conduz o grupo até a praça


O vestido branco, longo, com que elas se apresentam é adornado com muitas conchinhas presas a uma faixa na cintura e o som que elas produzem serve como acompanhamento das vozes.  Enfeites de conchas e mariscos prendem os cabelos e um fio com uma única concha pendente compõe o colar no pescoço. 
Solange, nossa colega de trabalho, comenta que essas mulheres parecem se transformar, saindo de  suas realidades de labuta pesada, quando vestem o branco para se apresentarem.


“ Agora chegou a vez vou pescar, siri , aratu, caranguejo , pra catar”. Esta é uma das músicas do repertório do coral.

A coreografia acompanha os movimentos que as marisqueiras fazem com a vara e a rede no momento em que pegam os caranguejos no manguezal.


“ Vamos pescar marisco no mangue, caranguejo, aratu, siri. Se você pescar menos que eu , podemos até dividir.”
A música fala do comportamento solidário das mulheres marisqueiras, que se ajudam mutuamente, dividindo o produto do dia com aquelas que não conseguiram pescar o bastante para levar para casa, para o consumo da família e a venda na cidade.
“Sou marisqueira da Ilha de Atalaia.  Ilha bela, à beira do mar. Quem vem aqui se encanta, no outro dia, com certeza, quer voltar.
Sejam bem vindos, amigos visitantes, nesta festa cultural de valor.
Lhes  desejamos muita alegria, harmonia, paz e muito amor”. 
 









Após a apresentação nos juntamos todos para uma  “ roda de conversa”, com ”seu” João, líder dos pescadores da Comunidade de Campinhos, nossa equipe e as marisqueiras.  Vanessa, que trabalha na escola de Atalaia como professora, organiza as apresentações do grupo e me fala sobre as dificuldades que elas encontram  para dar continuidade ao coral. Elas carecem de instrumentos musicais que possam enriquecer as apresentações  e de um professor de música para ensaia-las e aprimorar seus conhecimentos musicais.
Os amigos que nos seguem neste blog que desejarem ajudar de alguma forma essas bravas mulheres da Ilha de Atalaia podem entrar em contato com a Vanessa pelo
e-mail: vanessalinhares10@yahoo.com.br  ou através do telefone : 73-9933-5623
A apresentação do coral veio enriquecer a exposição de fotografias dos pescadores de Atalaia que montamos  em nosso toldo-ateliê .
 


Para que os amigos que nos seguem possam ter uma ideia do trabalho dessas mulheres, aí vai esta foto linda de uma delas, retirando os mariscos das raízes da vegetação do manguezal.  Ela esta submersa até a cintura na água lamacenta do rio, com o balde pendurado no braço e a faca para a extração em um das mãos. As raízes são como tentáculos que emergem da lama negra das margens do rio Pardo.
O marisco é levado para casa, catado, ensacado e levado para a venda na cidade. Para fazer um quilo do molusco são necessários cerca de 120 mariscos. Isto significa muitas horas de trabalho dentro da água do rio.
 

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