quarta-feira, 1 de junho de 2011

Ainda sobre Ilhéus A Casa de Jorge Amado.



 A Casa de Jorge Amado.

É no número 21 que está localizada a Casa de Cultura de Ilhéus – a Casa de Jorge Amado. Antigo casarão da família do coronel João Amado, data do ano de 1926.   Nesta casa, aos 19 anos, Jorge Amado escreveu seu primeiro romance: O País do Carnaval.

        












 






Portinari e Jorge Amado cultivaram uma grande amizade durante toda a vida. Ambos eram membros do Partido Comunista Brasileiro e nutriam admiração recíproca por suas posições sociais, mostrando, cada um com a sua arte, vivências do povo brasileiro.

Jorge Amado deixa registrada esta admiração no seguinte texto:

“Candido Portinari nos engrandeceu com sua obra de pintor. Foi um dos homens mais importantes do nosso tempo, pois de suas mãos nasceram a cor e a poesia, o drama e a esperança de nossa gente. Com pincéis, ele tocou fundo em nossa realidade. A terra e o povo brasileiro – camponeses, retirantes, crianças, santos e artistas de circo, os animais e a paisagem – são a matérias com que trabalhou e construiu sua obra imorredoura...”

O Projeto Portinari guarda em seu acervo esta foto histórica, em que os amigos Graciliano Ramos (acompanhado de sua mulher, Heloisa), Portinari e Jorge Amado recebem o poeta chileno Pablo Neruda (de terno branco) no Rio de Janeiro. A foto é de agosto de 1952. Jorge tinha 40 anos, e já era um consagrado escritor.


Portinari retribui a amizade com dois retratos de Jorge, bem jovem - uma pintura e um desenho.













O interior da casa preserva grande parte do casarão original, como a pintura do teto da sala de jantar, com esta paisagem clássica.


O assoalho em madeira trabalhada em marcheteria ainda é original.
As portas são encimadas por este trabalho em ferro batido.







 

Jorge Amado e Zélia Gatai doaram, ainda em vida, vários objetos da família, bem como roupas de uso pessoal do escritor, que são exibidas em vitrines no andar térreo da Casa.




 





Fotos e retratos pintados de Jorge, estão por toda parte, como esses dois perfis em que eu vejo muita semelhança com seu amigo, o escritor Gabriel Garcia Marques.
 

 



















Escultura de Jorge-Quixote, onde o escritor segura, como um guerreiro, a lança e o arco de Oxóssi.

 
A escada de madeira nos conduz ao segundo andar, onde os quartos de dormir dos antigos moradores são transformados em salas de exibição: uma delas  para os livros de Jorge em diversos idiomas, a outra onde se assiste a  uma projeção de depoimento de Jorge por ocasião da criação da Casa, e a seguinte é uma galeria de esculturas em terracota de entidades do candomblé.






As esculturas são lindas, mas, uma pena... não têm assinatura do autor!
São colocadas em cima de pedestais de madeira colorida com as cores correspondentes aos orixás que elas sustentam. Em destaque, no pedestal verde, está Oxossi, do qual Jorge Amado era “filho”.





A Casa de Jorge Amado tem um movimento cultural constante e é um dos pontos turísticos de Ilhéus. Vale a pena ser visitada.



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