sexta-feira, 29 de julho de 2011

Belmonte – Terceira parada da expedição Portinari para Todos


No início do século XVIII índios Botocudos, oriúndos das tribos Manham e Camacam, estabeleceram-se próximo à foz do Rio Grande, atual Jequitinhonha. Os Botocudos eram assim denominados por usarem, transpassando o lábio inferior e as orelhas, “batoques” de madeira como adorno ou distintivo de sua nação ou raça.
Índio Botocudo, por Rugendas







 O povoamento da região foi iniciado pelos colonos provenientes de Portugal e de outras partes do país, sob direção do padre Jesuíta Joseph de Araújo Ferraz, que catequizou os Botocudos e estabeleceu a convivência pacífica dos mesmos com os habitantes civilizados. Neste mesmo local, entre 1708 e 1712, foi fundada pelo Pe.Ferraz  uma capela sob a invocação de Nossa Senhora da Madre Deus, tomando o arraial o nome de São Pedro do Rio Grande.
 Em 1718 foi criada a freguesia de Nossa Senhora do Carmo, sendo seu primeiro vigário o Pe. Ferraz. O arraial foi  elevado à categoria de Vila e criado o município em 1764, com a denominação de Vila de Nossa Senhora do Carmo do Belo Monte.
Belmonte pertenceu à Capitania de Porto Seguro, cujo primeiro donatário foi Pedro de Campos Tourinho.











No fim do século XVIII contava 25 casas sendo governado pelo capitão Inácio de Castro.
Quanto à origem do nome Belmonte, supõem historiadores haja sido sugerido pelo nome da localidade portuguesa de igual denominação, tendo sido também denominada de: Vila do Rio Grande de Belmonte; Vila de São Pedro de Belmonte e Vila do Rio Jequitinhonha de Belmonte. A Vila foi elevada à categoria de cidade em1891.
(Fonte: Enciclopédia dos Municípios Brasileiros – IBGE, 1958).

Beira – rio 
A Avenida Getúlio Vargas corre paralela ao rio Jequitinhonha. São duas pistas divididas por frondosas árvores seculares.





Esta avenida foi, nos áureos tempos do cacau, de suma importância para a cidade. No cais atracavam grandes navios que faziam o carregamento do cacau para ser levado ao porto de Salvador para exportação. Tempos de muita riqueza, mas da riqueza desssa época nada ficou preservado na linda avenida beira mar. Nossa pousada está situada nesta avenida e diariamente fazemos o percurso beira-rio até a Praça da Matriz, onde estacionamos nosso caminhão Portinari para Todos e montamos a exposição e as oficinas de arte. Enquanto caminho até a praça, vou observando as ruínas dos prédios que outrora foram locais de armazenagem de cacau.
É um imenso contraste: de um lado a exuberância do rio Jequitinhonha e do outro o casario abandonado.
Do antigo Hotel São Jorge, restam as sombras de um passado não muito distante, no recorte das janelas de arquitetura de influência mourisca.














Vamos caminhando e encontrando coisas surpreendentes, como este antigo chafariz.



 









Uma placa indicativa conta que o chafariz foi construído em Glasgow, Escócia, no século XVIII e anos mais tarde trazido para Belmonte para decorar a festa de casamento da filha de um rico fazendeiro de cacau, na época em que toda a cidade vivia sua florescência. O chafariz foi doadao à cidade e instalado primeiramente na Praça São João, tendo sido, posteriormente transferido para seu lugar atual, a Praça da Bandeira, na beira-rio.
Duas pequenas empresas ainda se dedicam à compra e venda do cacau 

 




e,na calçada podemos ver as amêndoas do cacau secando.


Ainda caminhando junto ao Jequitinhonha nos surpreendemos com bromélias gigantes presas aos troncos das árvores.
 







Ou no telhado do barraco de madeira


O monumento aos pescadores está localizado em frente às Avenidas 23 de Maio e Rio Mar .

Viver próximo ao rio nos traz surpresas constantes: ora é a vazante da maré, que deixa ver a areia do fundo do rio e permite que os pescadadores o atravessem a pé; ora um tênue arco íris junto com a chuva ou um magestoso pôr do sol.




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